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Foto do escritorSimone Sgarbi

Ralar o joelho para quê?



Quando a gente começa a aprender a andar de bicicleta é comum um joelho ralado aqui e ali, afinal estamos aprendendo a equilibrar-nos, a controlar a velocidade e direção que queremos ir. Estamos aprendendo a desviar dos buracos, lombadas e surpresas que surgem pela frente.


No mundo dos investimentos não é muito diferente. A vida do investidor é feita de erros e acertos. Temos uma vantagem se tivermos mais acertos, mas, como ao aprender andar de bicicleta, os tombos virão, você vai assumir riscos e tudo bem, faz parte do processo. Cabe a você se levantar e continuar.


Mas é bom no começo ter umas rodinhas como apoio, não é? Até a gente ganhar mais confiança.


Pensando nisso fiz uma lista dos erros mais comuns que vejo entre investidores iniciantes espero que sirvam como rodinhas para quem está começando. Afinal, ralar o joelho para quê?


1 - Buscar retorno rápido – probabilidade de rentabilidade e riscos andam juntas. É como se você nunca tivesse andado de bicicleta e eu te colocasse em uma ladeira íngreme, que cruza uma avenida bem movimentada, sem nenhum equipamento de segurança e te lançasse ladeira abaixo. Pode até ser que dê certo, mas é pouco provável. Sabe aquele tiozão que vai falar: “Vai fundo. Não vai acontecer nada. Eu prometo.” Está cheio de gente assim no mercado, prometendo rentabilidade certeira na renda variável, o que não existe.


2 – Não ter reserva de emergência – esse é o caminho mais rápido para perder dinheiro com os investimentos. É aquela pessoa sem capacete, andando na contramão em alta velocidade. Ela até sabe andar de bicicleta, mas esqueceu dos riscos e das regras. Quando o investidor não tem uma reserva e precisa de dinheiro rápido precisa vender seus investimentos pelo preço que o mercado está pagando aquela hora, e não necessariamente é um bom preço. É aí que você comprou por 10 e vende por 5. No desespero.


3 – Investir em um só produto – imagina que você encheu a cestinha da sua bicicleta com ovos ou cristais e de repente acontece algo que você precisa brecar rapidamente. Quando olha todo conteúdo da sua cestinha está quebrado. No mercado financeiro é assim, às vezes o varejo vai bem, outras vezes vai mal; às vezes a inflação está alta, outra a taxa Selic que sobre. As coisas simplesmente acontecem, e algumas sem aviso prévio, como foi a pandemia, por exemplo. É essencial que você equilibre seus tipos de investimentos para evitar perder todo seu patrimônio de uma vez.


4 -Desconsiderar impostos e taxas – Você para sua bicicleta em um estacionamento e sai apressado para um compromisso. O rapaz do estabelecimento te entrega um papel que você nem lê. Quando volta, vai pegar a sua bicicleta e o homem te cobra uma taxa. Você pensa “Como assim? Para bicicleta?”. Pois é, você que não prestou atenção as regras do local. Com os investimentos funciona da mesma maneira. Algumas corretoras cobram taxas que outras não cobram; alguns investimentos têm cobrança de imposto de renda regressiva, alguns fundos têm come-cotas, outros não e assim por diante, então nada de considerar os valores brutos dos seus investimentos, sempre calcule o líquido.


5 – Não ter objetivos claros – é aquele cidadão perdido na vida. Aqui, seja de bicicleta, a pé, de carro, caminhão ou foguete espacial o resultado é o mesmo, você parece uma barata tonta. Imagina que você investiu em um produto de renda fixa que vence em janeiro de 2035 porque a rentabilidade estava boa, mas quer viajar daqui dois anos e acabou de “prender” seu dinheiro. Sua carteira de investimentos tem que corresponder aos seus sonhos. Para cada investimento dê um objetivo claro, mesmo os de longo prazo. “Esse valor vai para minha aposentadoria daqui 30 anos” “Esse dinheiro é para pagar a minha formatura daqui 5 anos” “Esse valor é para minha reserva de emergência e precisa estar a minha disposição quando eu precisar.” Isso vai evitar muito desgaste financeiro e emocional.


Evitar esses cinco erros vai deixar seu caminho mais leve e menos acidentado. Acredite e bons investimentos!!!

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